O vento flamejante entra pela janela
e lambe o corpo adormecido,
com a sua língua quente.
A casa grita silenciosamente
Pela garganta muda da mulher.
A cama encharcada de suor
embala os pesadelos infernais,
Cheirando a fumaça, mofo e enxofre.
No horizonte, o sol nasce,
Alastrando fogo em campos sem fim.
Pelo ventre seco da terra
lagartos correm, fugindo dos
Raios de fogo que queimam o asfalto.
O corpo viril cai no chão em brasa,
se descolando da cama.
Os olhos abrem e visualizam
Curvas indo em direção à janela.
Outros olhos observam o céu.
Vêem nuvens cinzas.
Mãos abrem a porta da varanda
E saem.
O vento, como um vestido de fogo,
envolve a nudez exposta.
O homem se transforma em cobra
E rasteja aos pés de Eva.
Vendo-a vestida de vento vermelho vivo;
Da cor da maçã pecaminosa,
Ou da pimenta ardida;
Ele se enrosca e sobe
Pelo tronco vermelho,
Sedento pela boca rubra.
Um comentário:
Olá Jana, obrigada pela visita
você escreve lindamente, adorei
abraços
izil
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